Como acontece todo o fim de ano, entre festas e confraternizações, as formaturas fazem parte do fechamento de mais um período. Fui assistir a uma delas. Porém, foi uma formatura singular. Toda a sua essência se traduzia na idade dos formandos, que tinham entre 50 e 70 anos. Eram alunos da Universidade Aberta à Integração (Unai), em Mogi das Cruzes.

Na plateia, familiares, amigos e incentivadores estavam lá para prestigiar o evento. Aplausos, discursos, felicitações, mensagem da oradora da turma… Uma noite de festa, sem dúvida. Tudo conforme manda as regras de etiqueta para solenidades como esta.

Todo o protocolo, embora espontâneo e sem excesso de formalidades, no entanto, não foi capaz de esconder o que aquela festa tinha de mais bonita e enriquecedora: a luta que cada um daqueles longevos alunos travou para estarem ali.

A cada diploma entregue, a alegria pela conquista de mais uma etapa. Mas, acima de tudo, o que aqueles alunos proporcionaram foi uma verdadeira aula prática de superação de obstáculos, na qual medos e inseguranças foram vencidos ao longo dos três anos que passaram na Unai. Eles encararam os preconceitos que assolam a nossa sociedade quando se trata da terceira idade e retornaram aos bancos escolares. E venceram.

Entregues os diplomas, teve início a próxima etapa da cerimônia, com a 2ª Mostra Unai, um período dedicado a todos os alunos mostrarem seus talentos artísticos. Os idosos deram mais uma demonstração de superação e fizeram apresentações teatrais, de canto, de dança, de ginástica, de jograis, dentre outros, e mais uma vez deixaram a plateia atônita com tamanha vivacidade e garra.

Creio que os formandos da Unai protagonizaram naquela noite foi mais que uma cerimônia para receber um diploma. Aliás, tinha tudo para ser mais uma formatura, como tantas outras. Para alegria de todos, não foi. E, para mim, ficou uma certeza: os limites são impostos por nós mesmos.

Maria R. Almeida
Jornalista do Mogi News