Muitas pessoas e principalmente as que cuidam de idosos, chamados profissionalmente de “cuidadores de idosos”, acham que chamando um idoso de avô ou avó demonstram carinho e estão mais próximos deles, mas saibam que isso não é verdade. Cada idoso tem um nome, Maria, Celeste, Joaquim, Pedro, assim como tem um rosto, um jeito de ser diferente do outro. O nome faz parte da sua identidade, da sua pessoa, de sua longa história de vida, acompanhando-o desde seu nascimento.

O cuidador precisa aprender a ouvi-lo de coração aberto e tentar entender o que ele está sentindo, o que deseja, o que o entristece, o que o alegra. Até a nossa postura pode ajudar nesse esforço de ouvir o idoso. O ideal é ficar de frente para ele, na altura do seu rosto, olhando direto nos seus olhos. A mesma orientação vale para quando formos falar, lembrando que o importante não é falar alto, mas pronunciar bem as palavras, mesmo quando se tratam de pessoas que não ouvem bem.

Muitos idosos têm dificuldades em comunicar-se falando coisas confusas, e nossa reação, às vezes, até involuntariamente, é manter distância por ser muito difícil tratar com pessoas assim. Mas acredite, dessa maneira estamos impedindo que esse idoso se comunique e ele acabará se isolando, ficando cada vez mais triste.

A melhor forma de demonstrarmos o nosso carinho pelo idoso é aprendermos a desenvolver meios para que ele possa realizar as atividades de vida diária (AVD) por si mesmo, ou com o mínimo de ajuda, dessa forma concorremos para aumentar a autoestima da pessoa idosa fazendo com que ela se sinta melhor.

No banho, por exemplo, mesmo o idoso dependente deve ser estimulado a participar, lavando as partes que pode fazer por si mesmo. Cabe ao cuidador facilitar essas atividades e ajudá-lo apenas no que for absolutamente necessário, ou seja, sem superprotegê-lo.

Estilo

A roupa que usamos fala do nosso estilo pessoal e como anda o nosso humor, portanto é muito importante que a pessoa idosa quando possível escolha o que deseja vestir. Alguns talvez nem consigam mais fazer essa escolha, mas é importante estimular que seja feita, ainda que de forma limitada. É necessário entender que o idoso em determinada fase da vida é uma pessoa em situação de risco, que nem sempre sabe prevenir os perigos que o ameaçam, e os cuidadores devem se qualificar para garantir o bom atendimento.

É urgente a necessidade de preparar profissionais e cidadãos que queiram se dedicar a este trabalho, pois a população brasileira está envelhecendo aceleradamente, sem mão de obra qualificada para esta atividade.

Um outro aspecto muito importante que não deve ser esquecido é que, para podermos cuidar bem do outro, é necessário aprendermos a cuidar de nós. O cuidador precisa ter os seus momentos de folga para cuidar de si mesmo, seja ele um profissional contratado ou um familiar.