Pensar na pessoa idosa sem descobrir a inclinação natural de garantir o necessário para a vida futura é desconhecer o que o individuo faz na vida toda, ou seja, formar aos poucos, um patrimônio e destinar para si mesmo os ganhos do trabalho.

O ter compreende os bens adquiridos nos anos de plena atividade produtiva com emprego, carreira e negócios, pensando no futuro sem preocupações econômicas e financeiras com casa, carro, poupança e outros. Não pensa em ter mais.

Saber que pode dispor do que é seu, é, também, motivo de segurança e satisfação, premiando a si mesmo e melhorando a qualidade de vida.

Conservar na idade avançada é quase uma mania, porque na mente da pessoa idosa está o medo de perder o que tem, de ficar sem autonomia e de encontrar dificuldades.

Infelizmente, é desta situação ideal de vida que nascem as maiores injustiças contra os idosos e as idosas, como maus tratos, violências, roubos, assaltos e até mortes, por familiares, parentes, vizinhos, assaltantes e bandidos.

Na velhice o possuir, dispor e conservar os próprios bens passa a ser uma preocupação legitima, uma ocupação sadia, um modo digno de continuar na vida. No exercício deste direito a pessoa idosa ensina, é respeitada e mantida no meio social não mais como uma coitada, mas como participativa e possuidora de força moral, tão grande, que bens materiais, aproveitados, lhe proporciona saúde, lucidez e gosto de viver.

Alfredo Morlini ( Padre Vicente )