É preciso se preparar para Futuro
O aumento no número de idosos em nosso município segue uma realidade nacional e a sociedade precisa se preparar melhor para receber este aumento crescente de idosos. É dever de todos zelar para que as leis sejam cumpridas. As pessoas não podem se esquecer que um dia também serão idosas e têm que respeitar para serem respeitadas.
Mogi tem uma boa estrutura, mas ainda assim não atende a demanda. É preciso se preparar para o futuro. Hoje já não existem vagas nas três instituições filantrópicas de longa permanência subvencionadas pela Prefeitura e pelo Estado. Precisamos urgente de mais Instituições de Longa Permanência para atender à demanda.
Talvez, com muita sorte, até se encontre alguma vaga nas particulares, mas são poucas. No total elas somam dez instituições e sete estão interditadas pela Vigilância e Ministério Público. Realmente estamos no limite, precisamos ampliar este número de vagas. Outra preocupação é a falta de cuidadores de idosos qualificados.
As famílias precisam desta mão de obra preparada e organizada para atender a demanda e também de projetos como o Centro-Dia (local onde o idoso é cuidado no período diurno), que, com certeza irá evitar muitas institucionalizações desnecessárias.
Para os idosos que precisam de cuidados especiais como os acamados e com doenças mentais, estamos engatinhando e sem perspectivas de avançar a curto prazo.
Outra situação que preocupa é a violência contra pessoas idosas. Hoje, a maioria das denúncias é de exploração financeira, maus-tratos, vindos principalmente das famílias (filhos, genros, noras e netos). Nestes casos, nos quais o agressor é, em sua maioria dependente químico, que é de aproximadamente 90%, ficamos de mãos atadas, totalmente impotentes diante do problema. Não temos Casa de Apoio para proteger o idoso e tampouco tratamento ou clínica para encaminhar o dependente.
Temos cobrado do poder público, enviando propostas para serem incluídas no orçamento 2012 para todas as secretarias municipais, e vamos continuar cobrando, para que as políticas públicas e a inserção nos orçamentos dos recursos necessários para implantação destes serviços no município aconteçam de fato antes de virar um caos. Vejam: se hoje já enfrentamos problemas, daqui a dez anos a situação tende a estar ainda pior .
Juraci F. de Almeida
é presidente do Conselho Municipal do Idoso e diretora da Universidade Aberta à Integração (Unai)